sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Uma Dory em forma de gente

No filme Os Normais 2, Rui encontra um amigo na loja de conveniências e o cara faz uma pergunta crucial, algo tipo “Estás lembrado de mim, não?!”. Sem sucesso, Rui se esforça. O mesmo acontece novamente ao longo do longa e nada de o protagonista lembrar-se do sujeito. Coisa desrespeitosa e chata é esquecer o nome de alguém! A pessoa te encontra e se dismilinguindo toda te chama pelo nome, pergunta como vai o trabalho e dá detalhes da empresa. Ou pergunta pela mãe da gente, claro, nos chamando pelo nome e, se bobear, sobrenome. “Putz! De onde conheço esta criatura?”. Sou campeã nisso!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

São as experiências que dão vida

Imagine que você esteja segurando um novelo de barbante, procurando a ponta e quando encontra a pega com a ponta dos dedos e sem querer o novelo cai e foge do controle e a linha vai se desenrolando e o ninho de corda se fazendo aceleradamente não perdido por completo porque você se apossou do fio da meada mas agora espalha o emaranhado procurando o fim. Essa cena de segundos e sem pontuação pra mim é uma perfeita analogia pra descrever o surgimento da inspiração quando desenvolvo um texto até mesmo noticioso.

Quando deixamos cair um novelo nos desequilibramos um pouco tal qual quando a inspiração surge alheia à nossa vontade. Entretanto, quando seguramos a ponta “não perdemos o fio da meada”.
No curso de Formação de Escritores que estou fazendo no Sesc da Shark City nossa primeira missão foi criar um conto. – Alguém vai ter problemas, pensei. Chuviscaram temas como morte,

domingo, 13 de setembro de 2009

Que venha a Helena

Em se tratando de televisão gosto mesmo é de jornais, documentários, entrevistas. Mas perdi poucos capítulos de Caminho das Índias. Faz anos que brinco que chamar alguém de vaca não é pejorativo, já que se trata de um animal sagrado na Índia. Viu como é verdade? E a série televisiva caiu no gosto da massa, tanto que o episódio seria estendido por mais duas semanas, se não fossem as sessões de quimioterapia da autora Glória Perez.

Fechou nos 203 capítulos previstos, mas os finais foram longe. Com exceção do dia santo pro futebol, quartas-feiras, os noveleiros iam ao delírio pelo prazer prolongado durante as quase duas horas de trama. O último capítulo alcançou esse tempo.
E a aprendiz de vigarista saiu com cabelos ao vento, confirmando algo que eu levaria um bom dinheiro se tivesse apostado com alguma amiga novelista:

domingo, 6 de setembro de 2009

A roupa preferida

O legal de escrever é que mesmo sendo algo livre e infinito, o produto é sempre resultado das percepções e acontecimentos - às vezes banalidades - em nossa volta. Assim como nas artes plásticas, na música, no cinema, no teatro.


E esse conto surgiu de uma peripécia que minha filha revelou enquanto conversávamos no MSN. Reunindo algumas circunstâncias de sua vida por aquela semana e algumas características da pré-adolescência eis nossa produção a quatro mãos:

...Saudades daquela calça. Foi presente dado pela amiga de minha mãe... Que legal, porque rosa é uma cor naturalmente feminina. Por mim eu a usaria sempre: era abrir o guarda-roupa e ela pulava nos meus braços como meu gatinho quando eu chegava para abastecer o potinho de ração.